quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O TREMENDISMO COMO IDEOLOGIA


Se voltarmos as páginas da memória e percorrermos os dias  do ano  que findou, encontraremos um tremendista ao virar de cada esquina da nossa história recente. Ar pesado, palavra cerce, gesto resolutamente inclinado à direita. Alarmista convicto terçou números, contas, previsões. Recorreu mesmo ao responso. O coração do português andava num sobressalto. Cada acordar, mais uma agonia: quem virá hoje? Que ameaça? Que puxão de orelhas? O deficit não baixa? Vem aí o lobo mau de Bruxelas?

O tremendista joga com o natural receio de cada um, manipula, quando convém, distrai sempre que está a jeito. É um ideólogo perfeito.

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