terça-feira, 27 de outubro de 2020

Para combater as notícias falsas

 



Holan Hidgon é professor de história e de media studies na universidade de Estado da Califórnia, acaba de publicar o livro The Anatomy of Fake News, onde traça a longa história das notícias falsas nos EEUU. A propósito da publicação, concedeu uma longa e importante entrevista à revista «Philosophie» (Octobre 2020) que importa ler para melhor nos movimentarmos no complexo e errático mundo da informação.

                                                                                                

Transcrevem-se alguns alguns conselhos fornecidos ao leitor que, obviamente, não dispensam a leitura integral da mesma:


«Nous traversons une crise profonde de l'information»

(...)

«Utilisez les informations, ne vous faites pas utiliser par elles. Vérifier une information consiste à repérer qui en est l'auteur et quelles en sont ses sources. Quand l'auteur est anonyme et/ou qu'aucune source n'est citée, il y a un problème. Par ailleurs, ne confondez pas la quantité avec la qualité. Mieux vaut avoir peu d'informations sur un sujet mais les avoir vérifiées, qu'en parcourir beaucoup en survol. Enfin, vous devez vous demander sans cesse: suis-je sur le point de linker ou de partager cette information parce qu'elle me fait plaisir et qu'elle me conforte dans mes convictions, ou parce qu'elle est exacte? Est-ce que je veux collaborer à la diffusion de fake news ou être informé?»



quinta-feira, 15 de outubro de 2020


O EXCESSO DE INFORMAÇÃO MATA



Mata a capacidade de discernimento, de seleção e avaliação, tolhe o espírito crítico e, por isso, impede a aquisição de conhecimento útil.
A sobre-informação, ou, numa designação mais exata – a infodemia - funciona como um obstáculo à superação de carências fundamentais para o entendimento do mundo. Porque é excessiva, contraditória, maltratada, resumida, quando não tendenciosa, desenvolve mecanismos mentais de angústia, ansiedade.
A infodemia é uma epidemia paralisante das nossas faculdades mentais. Perdidas num labirinto de dados, opiniões, estudos, relatórios as nossas defesas baixam a guarda.
A pandemia que sobre os humanos se abateu abriu à informação uma multiplicidade de alçapões que funcionam como um íman de que não conseguimos livrar-nos. São as opiniões contraditórias proferidas por uma horda de especialistas e de pseudo-especialistas, a que a Comunicação Social recorre, mergulhando-nos num mundo de dúvidas e de desesperos; são os palpites mal assimilados dos pivots, as notícias destratadas por comentadores apressados e superficiais que muito pouco ou nada percebem da matéria; finalmente, são os oportunistas de todos os espetros, sedentos de ganhos de discutível interesse público, mas de enorme desgaste para o espectador alarmado.
Afinal, de que precisa o cidadão comum para poder contornar os efeitos da pandemia? Para sobreviver? Precisa apenas de uma “mochila de sobrevivência”: precisa de saber que deve cumprir os preceitos recomendados de forma consensual e largamente publicitados. Não pode esquecer os cuidados básicos para manter a saúde, nem a lista dos perigos que a espreitam. Precisa de saber que existe uma retaguarda de saúde pública a que pode recorrer.
Ou seja, precisa de uma mente liberta.