quinta-feira, 15 de outubro de 2020


O EXCESSO DE INFORMAÇÃO MATA



Mata a capacidade de discernimento, de seleção e avaliação, tolhe o espírito crítico e, por isso, impede a aquisição de conhecimento útil.
A sobre-informação, ou, numa designação mais exata – a infodemia - funciona como um obstáculo à superação de carências fundamentais para o entendimento do mundo. Porque é excessiva, contraditória, maltratada, resumida, quando não tendenciosa, desenvolve mecanismos mentais de angústia, ansiedade.
A infodemia é uma epidemia paralisante das nossas faculdades mentais. Perdidas num labirinto de dados, opiniões, estudos, relatórios as nossas defesas baixam a guarda.
A pandemia que sobre os humanos se abateu abriu à informação uma multiplicidade de alçapões que funcionam como um íman de que não conseguimos livrar-nos. São as opiniões contraditórias proferidas por uma horda de especialistas e de pseudo-especialistas, a que a Comunicação Social recorre, mergulhando-nos num mundo de dúvidas e de desesperos; são os palpites mal assimilados dos pivots, as notícias destratadas por comentadores apressados e superficiais que muito pouco ou nada percebem da matéria; finalmente, são os oportunistas de todos os espetros, sedentos de ganhos de discutível interesse público, mas de enorme desgaste para o espectador alarmado.
Afinal, de que precisa o cidadão comum para poder contornar os efeitos da pandemia? Para sobreviver? Precisa apenas de uma “mochila de sobrevivência”: precisa de saber que deve cumprir os preceitos recomendados de forma consensual e largamente publicitados. Não pode esquecer os cuidados básicos para manter a saúde, nem a lista dos perigos que a espreitam. Precisa de saber que existe uma retaguarda de saúde pública a que pode recorrer.
Ou seja, precisa de uma mente liberta.



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